Este ano, depois da primeira atividade de apresentação, decidimos abordar o tema “ÍNDIOS”. Nas artes, nas histórias, música e filosofia. Escrevemos uma história que envolvia a vinda dos índios para o Brasil, diversas aventuras e um pouco do folclore do norte, como o boto, o curupira, etc. Na “filosofia” exploramos o modo de vida em que se preserva a natureza, em que há um trabalho em grupo sempre pelo bem da comunidade, a coragem, etc.
A
história foi contada em capítulos. Sempre deixando muito suspense para o
encontro seguinte.Cada encontro consistia em contar uma parte da história e fazer
alguma atividade relacionada com índios, folclore ou floresta. Na primeira e segunda partes fizemos frotage (decalque)
com folhas secas nos cadernos de desenho que compramos para cada uma das
crianças, adoram ver como as folhas apareciam com todos os seus detalhes ao
passarem o giz de cera sobre a página do caderno. Na terceira, foi a vez do
artesanato, pulseiras com barbantes coloridos, colares com bambus e instrumentos
de percussão com garrafas PET e arroz, areia, feijão ou pedras dentro e depois enfeitados
com penas. Na quarta parte ensinamos e dançamos uma dança dos índios caiapós,
do Pará, Kworo Kango, utilizando os instrumentos que fizemos.
No
encontro seguinte, falamos sobre os grafismos indígenas, mostramos o urucum que
os índios utilizam para fazer o vermelho, falamos também do jenipapo para o azul
marinho ou preto e da argila para o branco. As crianças foram estimuladas a
reproduzir os grafismos com canetas hidrográficas pretas e vermelhas, que chamávamos
de jenipapo e urucum. Sempre que alguma coisa não sai com eles queriam, eles falavam,
“xi, aprendi” e passaram a levar numa boa. A grande conquista foi fazê-los
trabalhar sem réguas ou borrachas. Curtiram a ideia de fazer um círculo mal
feito virar um caracol ou mudar a direção do grafismo porque perderam o prumo,
ou ainda fazer pontinhos só para corrigir um pingo de tinta que caiu sem querer.
Hoje
levamos rolos de papel Kraft com quatro faixas pintadas de vermelho e branco e
entregamos tinta preta para eles reproduzirem os grafismos dentro das faixas
com pincel.
Foi
muito gratificante vê-los concentrados pintando um ao lado do outro, fazendo um
trabalho de equipe como os índios. Às vezes precisavam de apoio para entender
melhor a ideia do grafismo, mas no final fizeram um trabalho que deixou a todos
satisfeitos.
No
grupo dos menores (6 a 9 anos) estávamos com 21 crianças, a sala lotada e no
dos mais velhos (9 a 12 anos) com 10.
Ficaram
muito contentes quando dissemos que iríamos procurar alguma parede para
enfeitar com os trabalhos deles.
Adoraram
trabalhar com tinta. Aliás, a tinta tem um efeito mágico. As crianças adoram e
as voluntárias sempre ficam estressadas e acudindo tinta derrubada aqui,
crianças que se pinta ali, mas no fim das contas a diversão é garantida.
Nossos
agradecimentos ao blog mania colorida que nos inspirou neste trabalho.
Obrigada! É o que tenho a dizer, na menos que isso. Sinto-me feliz em poder contribuir de alguma forma para a disseminação do ensino da arte para as crianças. Quer seja por meio de ideias novas, quer seja por experiências vivenciadas no cotidiano da sala de aula... este último certamente o mais rico e carregado de significado! PARABÉNS PELO TRABALHO. Ver as crianças "criando", pensando sobre a arte, pensando na linguagem que estão produzindo é de fato o resultado mais marcante. Com muito carinho, Dagmar.
ResponderExcluirA propósito: tomei a liberdade de agradecer no blog: http://maniacolorida.blogspot.com.br/2013/04/a-gente-nao-tem-nocao-das-ondas-que.html
ResponderExcluirbjokas
Dagui